Curitiba registra 24 mil pessoas com diagnóstico de autismo

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
X
Email

Curitiba registrou cerca de 24.830 pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que corresponde a 1,4% da população total do município. O percentual é superior à média estadual do Paraná (1,2%) e também acima da média nacional, que aponta que 1,2% da população foi diagnosticada com TEA.

Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista – Resultados Preliminares da Amostra”, divulgado na última sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o primeiro Censo a incluir informações sobre o diagnóstico de TEA no Brasil.

De acordo com o neuropsicopedagogo Leonardo Costa, a divulgação do IBGE representa um passo para o reconhecimento das necessidades das pessoas com TEA, mas ele faz um alerta: os números podem estar subnotificados. “O diagnóstico de autismo depende do acesso a profissionais qualificados e de um olhar atento para o reconhecimento dos sinais, o que nem sempre acontece, sobretudo em cidades menores”, explica. 

 

Censo no Paraná

No total, o Censo identificou 2,4 milhões de brasileiros com diagnóstico de autismo, sendo 1,5% homens (1,4 milhão) e 0,9% mulheres (1 milhão). A maior prevalência entre o sexo masculino é um padrão observado também no Paraná, onde 1,5% dos homens e 0,9% das mulheres relataram o diagnóstico de TEA. O estado figura na 13ª posição no ranking nacional de prevalência do transtorno.

Curitiba lidera o ranking das maiores cidades paranaenses em maior número de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), somando cerca de 24.830 casos. Na sequência da capital, aparecem Londrina, com aproximadamente 7.230 diagnósticos, e Maringá, que registra 4.506 casos. Foz do Iguaçu ocupa a quarta posição, com 4.281 pessoas diagnosticadas, seguida por Ponta Grossa, que contabiliza cerca de 3.940 casos.

 

Desafios no acesso ao diagnóstico

Apesar dos avanços na visibilidade, Costa destaca que muitos desafios persistem. A escassez de informação científica acessível e confiável ainda é um dos principais obstáculos. “Muitas famílias e até mesmo profissionais da saúde e educação não possuem acesso a informações claras e atualizadas sobre o autismo, o que dificulta o reconhecimento precoce dos sinais e o encaminhamento para diagnóstico”, enfatiza.

A limitação no acesso a atendimentos especializados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) agrava ainda mais a situação, principalmente em municípios menores como nos Campos Gerais. Na região, famílias enfrentam longas filas por consultas e atraso no diagnóstico. “Sem dados, fica muito difícil planejar a capacitação de profissionais, ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e garantir intervenções terapêuticas de qualidade”, pontua.

Por outro lado, Leonardo Costa observa uma tendência de busca por avaliações e intervenções especializadas. “Temos observado um aumento recorrente nos encaminhamentos para avaliações focadas no neurodesenvolvimento, assim como na procura por intervenções comportamentais, especialmente em casos de crises que envolvem diagnósticos já estabelecidos”, relata.

 

Identificação precoce 

Outro aspecto que os dados do Censo ajudam a compreender é o perfil etário das pessoas diagnosticadas. A maioria dos diagnósticos ocorre entre os 6 e 14 anos — uma faixa que coincide com o início da vida escolar. “Diversos fatores contribuem para que a maioria dos diagnósticos aconteça nesse período. Muitas vezes, os sinais mais evidentes do autismo só se tornam perceptíveis com o início da vida escolar, quando as interações sociais são mais exigidas”, analisa Leonardo.

Por isso, ele reforça que o diagnóstico precoce deve ser uma prioridade. “Quanto mais cedo identificarmos o TEA, maiores são as chances de promover um desenvolvimento mais saudável e inclusivo. A identificação precoce é a porta de entrada para garantir os direitos dessas crianças e melhorar significativamente sua qualidade de vida”, conclui.

 

Ranking das cidades mais populosas do Paraná: 

Paraná (estado) – 137.332

Curitiba – 24.832

Londrina – 7.228

Maringá – 4.506

Foz do Iguaçu – 4.281

Ponta Grossa – 3.942

Cascavel – 1.309

Tabela própria. Fonte: Panorama Censo 2022

 

Serviço:

Leonardo é Neuropsicopedagogo Clínico, com especializações em Análise do Comportamento Aplicada para Autismo e Deficiência intelectual, Psicopedagogia Clínica e Institucional, Atendimento Educacional Especializado, Mestrando em Educação com pesquisa centrada em práticas inclusivas para crianças autistas, atua na avaliação, intervenção e estimulação Neuropsicopedagogica além de promover orientação parental para famílias e formação continuada para profissionais da saúde e educação. Contatos: @neuropp_leonardo, WhatsApp: (42) 8832-8082.

O Melhor Roteiro da Cidade Está Aqui

Compras Serviços
Hospedagem Gastronomia
Confira
Meia Maratona Internacional de Curitiba 2025
Olhar de Cinema

Já vai?

Que tal assinar nossa newsletter e não perder mais nenhuma novidade?