Carne de Onça ganha reconhecimento de Indicação Geográfica de Curitiba

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A Carne de Onça, prato típico da culinária curitibana, ganhou hoje (20/05) o reconhecimento de Indicação Geográfica de Curitiba do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). A resolução foi publicada na Revista da Propriedade Industrial.

Segundo Sérgio Medeiros, presidente da Associação dos Amigos da Onça, que entrou com o processo em parceria com o Sebrae-PR junto ao INPI para obtenção da IG, a Indicação Geográfica vai além de um selo: é uma ferramenta estratégica que valoriza territórios, fortalece identidades culturais e impulsiona transformações econômicas. Na avaliação de Sérgio Medeiros, “ninguém cria uma IG. Ela já existe. No caso da carne de onça desde os anos 40”. E comemora: “A conquista da IG garante proteção ao esforço coletivo e a nossa cultura, sim a onça é nossa! Viva a onça! Viva Curitiba!”.

Para a consultora do Sebrae/PR, Márcia Giubertoni,“Esse é o resultado de esforço coletivo entre todos os envolvidos desse processo, que foi rápido. Em menos de dois anos o pedido foi protocolado e reconhecido pelo INPI por conta de toda a sua notoriedade. A receita, inclusive, pode ter duas IG: a carne de onça e a broa de centeio de Curitiba”, afirma.

Conheça a Carne de Onça

Com origens que remontam à década de 1940, a Carne de Onça é uma iguaria símbolo de Curitiba, feita com carne bovina crua sobre broa de centeio, temperada com cebola, cebolinha, azeite, sal e pimenta. Apesar do nome curioso — atribuído ora ao “bafo forte”, ora aos hábitos alimentares do felino — o prato não tem relação com a carne do animal.

O nascimento do prato se mistura à história do futebol paranaense, conta Sérgio Medeiros. Segundo ele, na década de quarenta havia em Curitiba um time de futebol chamado Britânia, cujo diretor era o Cristiano Schmidt. O Schmidt tinha um bar chamado “Toca do Tatu”. Quando o Britânia ganhava, ele servida aos jogadores a carne crua sobre fatias de broa, cebola, cebolinha, sal e azeite. Um dia o Duia, goleiro do time, reclamou: “Poxa, Schmidt, você só serve essa carne aí, que nem onça come”. E aí surgiu a “carne de onça”.

Os clientes da Toca do Tatu começaram a pedir o prato e o Schmidt teve que colocar no cardápio. Logo outros bares da cidade começaram também a servir.

Receitas oficiais

Estão previstas, no Caderno de Especificações Técnicas da Indicação de Procedência do INPI, apenas três opções de preparo e modo de servir, de acordo com o que foi documentado pela Associação dos Amigos da Onça:

1.ª) colocação da carne sobre a fatia de broa coberta com cebola branca e cebolinha verde, regada com azeite e temperada toda a parte superior com sal e pimenta.

2.ª) preparação da carne misturada ao azeite, ao sal e à pimenta, apenas no momento de servir sobre a fatia de broa, para não interferir na coloração da carne. Incluída a cobertura com cebola branca e cebolinha verde e regada com azeite.

3.ª) preparação da carne misturada ao azeite, ao sal e à pimenta, apenas no momento de servir sobre a fatia de broa, para não interferir na coloração da carne. Os demais ingredientes, cebola branca, cebolinha verde e azeite, são disponibilizados separados para o cliente montar a seu gosto.

Desde 2014, o Festival de Carne de Onça, organizado pela Curitiba Honesta, celebra o prato em diversos bares da capital, movimentando o turismo e valorizando a produção local. Em 2016, o prato foi oficialmente declarado Patrimônio Cultural Imaterial de Curitiba, reforçando sua importância na identidade gastronômica da cidade.

 

créd.foto- Gean Cavalheiro

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